A dislexia é uma dificuldade na aprendizagem da leitura relacionada ao reconhecimento da correspondência entre os símbolos gráficos (grafema), o fonema e a transformação dos símbolos gráficos em linguagem verbal.
Ler é mais difícil que falar. Enquanto a fala é aprendida naturalmente pelo homem, a leitura é ensinada por meio de um código de criação humana altamente complexo. O bom leitor é aquele que desenvolve as habilidades de decodificação desses códigos de maneira eficiente. Daí a necessidade de conceituarmos a dislexia como uma dificuldade que está relacionada com a percepção do texto escrito. A percepção visual do texto relaciona-se com os movimentos sacádicos e com as fixações do olho. Para Shaywitz, a leitura está relacionada com a percepção visual que é a capacidade de retirar informações e conhecimento do mundo visível.
“Não sabe se organizar”, “é desatento”, “começa e não termina uma tarefa”, “é impulsivo”, “tem boas idéias, mas não consegue colocá-las no papel”, “estuda, mas não consegue tirar boas notas na escola”, “não compreende o que lê” isso sem falar na auto estima comprometida. Essa é uma realidade que
encontramos quando se trata de pessoas com dificuldades de aprendizagem.
O termo dislexia foi reportado pela primeira vez há mais de um século pelo oftalmologista alemão, Rudolf Berlin, que observara distorções perceptivas em crianças que não conseguem reconhecer ou compreender palavras impressas. A Dislexia recebe a atenção de vários profissionais de apoio, entre eles médicos, psicólogos, pedagogos, psicopedagogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais o que gera uma múltiplas classificações, abordagens terapêuticas, suporte educacional e familiar emprestada à Dislexia de acordo com o foco atuação de cada profissional.
A criança disléxica se torna frustrada com sua incapacidade em acompanhar seus colegas na leitura e nos exercícios de classe e de casa. O portador de distúrbio de aprendizagem é frequentemente agredido por tropeçar em suas dificuldades (muitas vezes caricatas), não raro é criticado e punido pelo próprio professor, que confunde a dificuldade com falta de interesse. É sabido hoje que estas crianças são as que buscam com maior frequência o convívio com más companhias, não raro se encaminham para as drogas e envolvem-se em acidentes com maior frequência. A conclusão é que o disléxico é diferente, dotado de grande capacidade e provavelmente a escola e o professor são os agentes mais importantes na transformação deste jovem em um cidadão bandido ou em um cidadão produtivo e bom.
Diante da aparente complexidade do problema, não raramente a postura do Gestor de Educação em relação ao problema é passiva permitindo que todas as práticas recomendadas pelo profissional sejam adotadas, buscando adaptar a escola às múltiplas técnicas e abordagens.
É de se esperar que a atitude de obediência muitas vezes conflite com a metodologia e rotina da escola. Quando o Gestor compreende o problema ele é capaz de contribuir na criação de programas de apoio aos profissionais especializados, gerando sinergia com consequentes benefícios para o aluno, para o profissional e para a própria escola. Em uma segunda etapa é possível uma atitude ainda mais elaborada de gestão, criando um problema junto com os profissionais de apoio políticas institucionais, que transformarão em vantagem estratégica.
Não há proposta de solução mágica para um problema tão antigo e tão complexo. Assim como não teremos solução antes da compreensão do problema. Mas ela é simples, precisamos primeiro compreender que a Dislexia é na realidade uma Síndrome única, muito heterogênea, com manifestações múltiplas (afetando principalmente o sistema visual e auditivo) e de intensidade variável.
Ao Gestor cabe a responsabilidade de conhecer o problema qualitativa e quantitativamente e seu impacto na sua escola. Só então ele, em trabalho com os profissionais de apoio já envolvidos na abordagem da dislexia, acumulará conhecimento e experiência que lhe servirão de base na tomada de decisões. Dessa maneira, poderá sair da atitude passiva e obediente para adotar uma atitude inicialmente colaborativa e, posteriormente, gerencial e se desejar, em sequência, de liderança.
Rosângela L. Perazzo – Psicopedagoga Clínica – C.A.E. ( Centro de Atendimento ao Educando ) – Cidreira/RS.
"Todos somos águias capazes de voar, de superar e de transcender todas as condições limitantes em que somos mergulhados."
Chega de mansinho...
(Maria Helena de Novaes)
Vem e traz a tua leveza,
Vem e traz o teu conhecer,
Vem e traz a tua experiência.
Deixa que ela se funda com
outras experiências.
Vem e
traz tua esperança...
Une a
tua esperança as outras esperanças.
Vem e traz a tua dúvida,
Vem e traz a tua incerteza.
Mas... traz também a tua vontade,
a tua disponibilidade,o teu
sufoco,
o teu grito.
Chega de mansinho...
e seja bem-vindo!
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